
Estado Islâmico impõe “11 mandamentos” a cristãos que desejam sobreviver em áreas dominadas
January 01, 2020
O terrorismo imposto pelo Estado Islâmico na Síria tem, agora, uma lista de imposições aos cristãos de uma área invadida. Os jihadistas querem que os fiéis em Cristo sigam uma espécie de “11 mandamentos”.
Além do pagamento de impostos exclusivo para não-muçulmanos, os terroristas estabeleceram o que chamaram de “contrato de segurança” para que os fiéis não mortos indiscriminadamente.
Na lista de exigências, está a proibição da organização de cultos, organização de igrejas, exibição de cruzes e oração/cântico em voz alta (para que os muçulmanos não ouçam as preces). O documento diz que os cristãos não devem evangelizar muçulmanos, não vender carne de porco ou vinho para os muçulmanos, não portar armas e não se vestir de forma elegante.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que os cristãos da cidade de Qaryatian receberam as ordens de Abu Bakr al_Baghdadi, que seria o principal líder do Estado Islâmico.
O ativista assírio-americano Nahren Anweya afirmou que a intenção dos terroristas é fazer com que, ao longo do tempo, a fé cristã sejam suprimida no Iraque e na Síria, países onde eles já dominam diversas cidades e vilarejos.
“Toda nossa terra ancestral foi completamente tomada e agora eles nem sequer nos permitem sustentar nossa fé em um só Deus e em seu filho, Jesus Cristo”, disse o ativista, em entrevista ao International Business Times. “Temos sido purgados de Mosul, Nínive, Khabour, Hassaka, Qaryatian e muito mais pátrias assírias ancestrais. Eles levaram nossas pátrias nativas, as nossas meninas, nossas igrejas e agora eles querem as poucas vidas que nos restam”, lamentou.
De acordo com um levantamento da organização International Christian Concern (ICC), restam, aproximadamente, apenas 250 cristãos ortodoxos em al Quaryatayn.

Cristãos do Iraque estão à beira da extinção, dizem fiéis em fuga do Estado Islâmico
January 01, 2020
A Igreja Perseguida no Iraque teme pelo seu futuro, uma vez que os extremistas do Estado Islâmico dominaram grandes territórios do país, em áreas onde haviam grande concentração de cristãos.
“Nós estamos ameaçados de extinção”, afirmou o padre Muyessir al-Mukhalisi, que dirige uma igreja na região leste de Bagdá, capital do Iraque.
A constatação se deve ao fato de que, em 2014, os cristãos de Mosul — cidade ancestral da comunidade cristã no Iraque — foram forçados a abandonar suas casas e empregos e fugir do Estado Islâmico.
Como se sabe, os extremistas islâmicos estabeleceram seu complexo e hediondo sistema de governo, chamado califado, na região, que fica no norte do Iraque, e começou a destruir igrejas centenárias, além de ultimar os cristãos a converterem-se ao islamismo ou morrerem pelo fio da espada.
De acordo com a agência Reuters, na última semana forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos lançaram uma ofensiva contra o grupo extremista. A ação foi anunciada como o primeiro passo de uma operação muito maior para expulsar os militantes do Estado Islâmico de Mosul, começando por áreas vizinhas.
“Nós estamos ameaçados de extinção. Essa é uma palavra dura, mas a cada dia estamos acabando. Nosso povo está viajando, emigrando”, disse o padre al-Mukhalisi, queixando-se que o progresso dos militares no confronto com os extremistas tem sido lento.
A estimativa é que mais de 30% do território iraquiano esteja sob domínio do Estado Islâmico, o que gerou uma massa de refugiado na casa de milhões de pessoas. A igreja do padre al-Mukhalisi tem cumprido seu papel, oferecendo, conforme pode, comida e outras doações para as famílias cristãs que a procuram.
Historicamente, o cristianismo está estabelecido no Iraque desde o século I, oriundo da Igreja Primitiva, sob a evangelização dos apóstolos Tomé e Tadeu, que chegaram à região dos rios Tigres e Eufrates como parte da Grande Comissão. Até a ascensão do Estado Islâmico, o país abrigava igrejas cristãs católicas e ortodoxas, que conviviam em paz com as diferentes ramificações do islamismo e também as minorias yazidi.